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  • Dr Eloy Rusafa

Neuralgia do Trigêmeo


Neuralgia do Trigêmeo

A Neuralgia do Trigêmeo apresenta referências na história da humanidade desde o século II DC por Aretaus da Capadócia. No século 16, Jonh Fothergill referiu-se a ela como dor unilateral de natureza paraxística e associada a fatores desencadeantes como comer, falar ou tocar a face. O diagnóstico da neuralgia trigeminal é sempre baseado na história clínica do paciente. É uma dor unilateral em choque, caracterizada como agonizante, lancinante, com duração de alguns segundos a minutos, que nos intervalos, que podem ser variáveis de semanas a anos, desaparece por completo, deixando a sensação de que poderá acontecer de novo de maneira iminente. Estímulos como frio, calor, sensação do vento no rosto, falar, deglutir ou tocar a face também podem desencadear as dores que pode ocorrer em uma ou mais divisões do nervo trigêmeo e leva o paciente a evitar estes estímulos. O exame neurológico, na grande maioria dos pacientes é normal e, em uma minoria, alterações sensoriais na face podem ser encontradas. A Neuralgia trigeminal clássica é relacionada a compressão do nervo trigêmeo por uma artéria na saída do nervo no tronco encefálico. Entretanto, a desmielinização, perda da capa que recobre o nervo ou lesão central podem estar entre as causas da dor. Outras características de dor facial relatadas como: constante, em queimação, pulsátil, ”em repuxamento “, não tem sido consideradas como neuralgia trigeminal verdadeira e termos como neuralgia trigeminal atípica ou dor facial atípica tem sido usados nestes casos. O termo dor atípica combina uma série de dores faciais o que impede o entendimento dos diferentes tipos de dores na face, bem como suas causas e diagnósticos diferenciais, o que é fundamental na escolha do tratamento adequado destes pacientes e nos cuidados para evitar-se desnecessariamente um procedimento cirúrgico e na escolha da medicação adequada. Portanto, o auto-diagnóstico através de informações lidas e a auto-medicação é algo muito perigoso e envolve risco para o paciente, que deve sempre consultar um medico especialista para elucidação diagnóstica.

1. Dor trigeminal sem causa definida. Podemos dividi-la em 2 tipos: A neuralgia clássica, descrita acima, e a neuralgia caracterizada pela dor pulsátil, em queimação, que ocorre mais de 50% do tempo e é constante, apenas com episódios rápidos e menos frequentes da dor em choque, característica da neuralgia. Geralmente, esta é mais comum em paciente que apresentam lesões como tumor ou malformação vascular como causa da neuralgia, entretanto, pode ser a evolução da neuralgia clássica não tratada.

2. Dor trigeminal neuropática ou por Desaferentação. Ocorre em pacientes que tem história de lesão trigeminal ou dos seus ramos por traumas como cirurgias na face, base do crânio ou AVC, popular derrame. Aqueles que foram submetidos a procedimentos para tratamento do dor trigeminal podem também desenvolver tal dor. A lesão do nervo leva a perda de contato dos estímulos deste com o tronco encefálico ou do núcleo no tronco encefálico com o restante das conexões encefálicas do nervo ou mesmo a interpretação inadequada destes estímulos que são interpretados como dolorosos.

3. Dor Facial Atípica Esta geralmente é bilateral e pode ocorrer em outros territórios que não do trigêmeo e geralmente associada a distúrbios somáticos como lesão na articulação temporo-mandibular ou associada a dores em outras regiões do corpo.

4. Dor Trigeminal Pós-herpética ou por Esclerose Múltipla. Apenas 1% dos pacientes com neuralgia do trigêmeo, podem fazê-lo como sintoma inicial de esclerose múltipla e esta deve ser considera principalmente em pacientes com menos de 40 anos de idade. Entretanto, a incidência de neuralgia trigeminal em pacientes com esclerose múltipla é de apenas 1 a 3%. Após quadro de herpes zoster facial, que geralmente afeta o primeiro ramo do trigêmeo, o paciente pode desenvolver quadro de dor ao toque ou sensação de queimor. Tais nuances da dor facial devem ser interpretadas pelo médico frente a sua experiência no tratamento dos pacientes, por isso este texto tem apenas o objetivo de ser informativo e não deve levar ao auto-dianóstico e tratamento.

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