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Possíveis complicações na cirurgia endoscópica de coluna

Atualizado: 13 de dez. de 2021



Algumas perguntas devem ser realizadas quando falamos de possíveis complicações e o mais importante de tudo é deixar claro a frequência de cada complicação.

  1. Qual a complicação mais grave? - LESÃO NEUROLÓGICA PERMANENTE:(reportada em 1 a 6,7% na literatura) pode ocorrer se os passos e detalhes adequados do procedimento endoscópico não forem respeitados. A punção do local inadequado com a agulha de acesso pode ser um dos principais responsáveis por esta ocorrência e a experiência e cuidados são fundamentais para evitá-la. Outro detalhe importante é ter muito cuidado com a compressão da raiz emergente pelo canal de trabalho no acesso transforaminal, pois este pode levar a lesão da raiz de saída. Uma complicação raríssima da cirurgia porém reportada na literatura foi a punção de grandes vasos abdominais que pode levar inclusive a morte. A experiência e cuidados do cirurgião são fundamentais para evitar qualquer desfecho adversos de natureza grave ou leve.

  2. Qual é a complicação mais comum? - PARESTESIAS TRANSITÓRIAS: com incidência estimada de 4% a causa mais frequente é compressão da raiz de saída pelo canal de trabalho por tamanho reduzido do forame, hérnia intra-foraminais ou extremo-laterais ou posição errada do canal de trabalho. A maioria dos pacientes tem melhora completa após 3 semanas até 6 meses do procedimento. - SANGRAMENTO OU HEMATOMA INTRA-OPERATÓRIO: esta complicação é controlável com uso da pressão do soro que flui por dentro do endoscópio, além da coagulação com uso de bipolar. O sangramento no entanto pode continuar ocorrendo e o paciente apresentar recidiva da dor radicular, que em geral melhora após alguns dias do procedimento. - LESÃO DO SACO DURAL: as principais causas dessa complicação são: identificação errada das estruturas, aderências, uso de instrumentais cortantes como tesouras e trefinas. A incidência de lesão não intencional do saco dural varia de 1,8 a 17,4% na literatura. Conforme aumenta a experiência do cirurgião, dimui a taxa de lesão dural.

  3. Qual a complicação mais rara? - QUEBRA DE INSTRUMENTOS: há referências na literatura sobre quebra de pinças e broca durante o ato cirúrgico e dentro do disco. Para evitar tal complicação, uso de materiais novos e sem desgaste é fundamental. DEve-se ir atrás do instrumental quebrado no proceidmento e retirá-lo do paciente - INFECÇÃO: quando comparada com a cirurgia aberta, a taxa de infecção é bem menor = 0,2%. Os principais fatores de risco são: diabetes, imunossupressão, tempo prolongado de cirurgia e esterelização inadequada dos materiais. Em geral a infecção aparece entre 2 e 4 semanas após o procedimento e dor lombar e imobilidade da lombar são sintomas comuns. Cerca de 60% dos pacientes são curados com antibiótico, o restante geralmente vai para cirurgia de debridamento e limpeza. Os critérios para optar-se pela cirurgia aberta são: presença de déficit neurológico, absesso epidural ou paravertebral, diminuição significativa do espaço discal com destruição do corpo discal adjacente, Instabilidade com cifose, falha do tratamento terapeutico - RECORRÊNCIA DA HÉRNIA: Os critérios para reccoência da hérnia são: remissão dos sintomas pré-operatórios por pelo menos 2 semanas, recorrência dos sintomas e confirmação por ressonância magnética. A taxa de recorrência varia entre 4,7 a 14%. Os principais fatorese de risco para recorrência/ retorno da hérnia são: hiperatividade, obesidade, grau de degeneração do disco e tipo de hérnia são fatores de risco. A recorrência pode ser tratada cirurgicamente com endoscopia ou mesmo cirurgia convencional.

  4. Quais são as estratégias de tratamento e prognóstico clínico para as complicações? - a maioria destas informações estão detalhadas acima. No entanto o complicação mais temida de todos os pacientes é a lesão neurológica, pois ela impede a movimentação do pé ou do membro afetado e pode ser permanente ou temporária. Quando temporário o tempo de recuperação varia de 3 semanas até 1 ano e depende muito da reabilitação com fisioterapia e das alterações que são detectadas pela eletroneuromiografia.

É sempre importante que o médico cirurgião informe o paciente das possibilidades de complicações e mais do que isso saiba como manejá-las. As chances de acontecer são pequenas, mas é importante deixar claro que pode ocorrer.

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